quarta-feira, 26 de maio de 2010

Como Ajudar seu Filho no Processo de Alfabetização


Infelizmente, para muitas famílias, a vida escolar do filho só é de fato valorizada e reconhecida quando a criança ingressa na classe de alfabetização, não se levando em consideração os aspectos e procedimentos anteriores a este momento, tão necessários e que, se fossem efetivados, poderiam contribuir muito para uma alfabetização mais tranquila e positiva.
Também, muitas vezes, os familiares acreditam que esse trabalho só deve acontecer e ser de responsabilidade da escola, até porque algumas instituições carregam para si este papel de exclusividade, tirando dos pais ações que, se ultrapassadas ao muro da escola, poderiam garantir momentos de grande prazer e muito orgulho para os pais e principalmente para o aluno. Ledo engano dos que pensam assim! O processo de alfabetização não é fácil e requer muito trabalho e empenho de todos os envolvidos. Ele engloba muitos aspectos que dizem respeito não só à maturidade cognitiva, mas também à maturidade emocional do aluno, sendo um processo que se iniciou anos antes do 1º ano e não terminará completamente nesta série. A participação da família, durante todo esse período, é fundamental.
Em todo o processo de alfabetização é muito importante que sejam propiciadas situações em família, com o objetivo de que a criança leia e escreva, independente das tarefas enviadas pela escola, que, com certeza, não irão suprir esta demanda.
O “exercício” da escrita e leitura se faz, muitas vezes, de forma não sistematizada, por isso a família tem um papel estratégico. Como diz psicolinguista Argentina Emília Ferreiro: “...permite-se e estimula-se que a criança tenha interação com a língua escrita nos mais variados contextos.” Atenção para as orientações que a escola pode dar aos pais, independente do método ou proposta pedagógica utilizada pela instituição:
• Busque, fora do contexto escolar, situações para leitura e escrita, optando por textos e livros mais simples, curtos e de fácil entendimento. Podem também ser textos escritos pela própria criança ou pelo adulto. Incentive-o a confeccionar listas de supermercado, bilhetes, agendas, diários, entre outros;
• Tire as dúvidas, leia e escreva as palavras que a criança não conseguir ler ou escrever;
• Se perceber que seu filho está com muitas dificuldade, reveze a escrita e a leitura com ele. Leia uma página e ele outra. Isso também pode acontecer com trechos de textos e frases;
• É comum, nesse momento, que algumas crianças ainda utilizem variados tipos de letras na hora de escrever, pois eles podem estar experimentando ou mesmo buscando a que acha mais “fácil”, recursos que devem ser respeitados e direcionados de forma coerente e tranquila. Aos poucos, com intervenções e sinalizações positivas e se sentindo mais seguras, possivelmente essas crianças irão definir o padrão de letra;
• Demonstre motivação, paciência e interesse pelo que a criança está escrevendo e lendo. Encontre tempo e disponibilidade para acompanhar as tarefas de seu filho; • Busque horários e locais adequados para as tarefas de casa e para as atividades de “letramento”. Mesmo motivada, a escrita e a leitura não podem competir, por exemplo, com a televisão, com o irmão muito menor que mexe em tudo, com os videogames, com o horário do desenho predileto ou do playground, entre outros;
• Se a criança demonstrar desinteresse pelo convite à escrita e leitura, não desista. Busque outro horário, outro momento, insista, mas sempre com bom senso;
• Visite bibliotecas e livrarias com a criança e exercite com ela a escolha de títulos. Busque conhecer suas preferências literárias. Você pode se surpreender...;
• Envie para a escola, mesmo que não tenha sido solicitado, pesquisas, textos, material de leitura em geral, que você tenha trabalhado com a criança, de forma que ela possa socializar com os colegas e professor;
• Não deixe de fazer a leitura dos livros enviados pela escola e de outros títulos que você oportunizar a ele;
• Ao final da leitura de um livro ou texto, comente sua opinião sobre o que foi lido e pergunte o que ele achou, que parte mais gostou, se indicaria para outra pessoa, entre outros. Isso é fazer a criança perceber a “função social da leitura e da escrita”, afinal, não se aprende a ler e escrever somente para fazer tarefas escolares;
• Incentive e elogie cada avanço e conquista, afinal, a apropriação do código escrito não é uma tarefa fácil;
• É comum que os pais tenham dúvidas sobre o processo. Se isso acontecer, busque a escola e a equipe pedagógica da instituição em que seu filho estuda;
• O mais importante: divirta-se e se emocione com este momento mágico e surpreendente da vida de seu filho, pois ele tende a passar muito rápido.

Texto de Rosa Maria de Almeida V. Figueiredo, pedagoga e coordenadora pedagógica da Vira-Virou Escola Brasileira da Infância, do Rio de Janeiro (RJ), enviado ao Jornal Virtual. E-mail: coordenacao@viravirou.com.br

quarta-feira, 19 de maio de 2010



O tempo da infância é o tempo de aprender e ... de aprender com as crianças”
Sônia Kramer


PALESTRAS E OFICINAS


Dia: 20 de maio de 2010, quinta-feira
Horário: 7h30mim às 11h30mim
13h30mim às 17h30mim

PALESTRAS
1. Ensino e a Afetividade: Caminho Seguro para a Aprendizagem
Palestrante: Erminia Machiavelli
2. Políticas Públicas e Prática Educativa para a Infância
Palestrante: Ordália Alves Almeida


Dia: 21 de maio de 2010, sexta-feira
Horário: 7h30mim às 11h30mim
13h30mim às 17h30mim

OFICINAS
1. Música como Recurso Lúdico na Educação Infantil
Oficinista: Fátima Balthazar
2. Contando e Cantando História
Oficinista: Leda Maria Ferraz
3. O Pensar e o Fazer Matemática na Educação Infantil: Reflexões, Possibilidades e Desafios.
Oficinista: Justina Maccarine

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Respostas para 7 dúvidas sobre o uso da chupeta por crianças





Chega de dúvidas sobre chupeta, que tira o sono dos adultos e ao mesmo tempo acalma tanto as crianças

Quando o bebê nasce, os pais passam a se questionar sobre os benefícios e os malefícios de oferecer a chupeta a ele. Alguns temem causar depedência, outros pensam em possíveis problemas na dentição e na fala. Na creche, o panorama enfrentado pelos educadores não é diferente. Há muita dúvida e, por causa de tanta indecisão, esse objeto pode acabar ocupando o espaço que não merece, ser proibido radicalmente ou, pior ainda, ficar marcado como um elemento estranho ao ambiente, provocando certa inquietação, que ninguém se arrisca a resolver. Um cenário insustentável, ainda mais porque envolve dois aspectos importantíssimos da Educação Infantil: cuidados com os pequenos e a promoção da autonomia. Confira a seguir as recomendações de especialistas para as dúvidas mais comuns.

1. Para que serve a chupeta?
Ela é uma fonte de relaxamento para os bebês (não é à toa que um dos sinônimos é consolador e o termo em inglês é pacifier, que significa "pacificador"). Segundo explicação do pediatra José Martins Filho no livro Lidando com Crianças, Conversando com os Pais, ela possibilita o movimento de sucção, um bom exercício para o desenvolvimento infantil, pois articula os músculos necessários à fala.

2. Seu uso pode ser permitido na creche? Sim. "É errado os educadores proibirem que os pequenos chupem chupeta. Não há motivo para isso", explica Maria Paula Zurawski, professora do Instituto de Educação Superior Vera Cruz (ISE Vera Cruz) e assessora da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O objeto desempenha um papel importante na adaptação dos pequenos quando eles começam a frequentar a creche porque é útil para preencher a falta dos pais, funcionando como uma lembrança do ambiente de casa enquanto o vínculo com o educador e com as outras crianças não for estabelecido plenamente.

3. Na hora de dormir, ela pode ser permitida?
Sim, a chupeta ajuda a embalar o descanso dos bebês. Apesar disso, existem outros momentos em que ela não deve ser liberada: durante as atividades e as refeições, já que, além de atrapalhar o desenvolvimento da dicção, pode estimular o comportamento introspectivo, prejudicando a socialização.

4. É papel do educador ajudar as crianças a largar a chupeta?
Sim, mas não há um método para isso. A função do professor é promover a autonomia delas - o abandono do objeto é uma consequência. Cabe ao adulto ainda desenvolver uma relação de confiança com os pequenos para que eles se sintam cada vez mais seguros na creche. Por isso, é importante ter em mente que chupar chupeta é um hábito que deve ser tolerado, mas não incentivado. Para explorar a responsabilidade e a independência de cada um, proponha que, quando forem vetadas, elas sejam guardadas em potes individuais, junto aos demais materiais de uso pessoal. Um alerta: não perca tempo explicando para as crianças os problemas que ela pode acarretar, como dificultar a fala e atrapalhar o crescimento da dentição, na tentativa de fazer com que a larguem. "Até os 3 anos, a relação entre causa e consequência ainda não é bem compreendida", explica Cisele Ortiz, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

5. Até que idade os pequenos podem usar a chupeta?
Não existe um limite fixo. O bom senso deve prevalecer, afinal, ela é um material de apego, tal como um cobertor ou um brinquedo qualquer que os pequenos costumam adotar para ter por perto durante um tempo. Com um bom trabalho de promoção de autonomia, feito pelos educadores em parceria com a família, é possível ajudá-los a chegar à pré-escola livres dela (leia o plano de trabalho). "Eles gostam de mostrar aos adultos que estão crescendo e, por isso, acabam abandonando a chupeta facilmente quando incentivados", esclarece Adriana Ortigosa, coordenadora da EM Noel Rosa, em Guarulhos, na grande São Paulo.

6. Quais os efeitos positivos e negativos do objeto?
"Ele é danoso se der origem a uma relação de dependência duradoura", fala Ana Paula Yazbek, formadora de professores do Centro de Estudos da Escola da Vila, em São Paulo. Por isso, quando a choradeira tomar conta do ambiente, contenha o ímpeto de silenciar a turma oferecendo a chupeta: busque o que está causando o desconforto. "Conversar em vez de dá-la é uma forma de não comprometer o desenvolvimento da capacidade nos pequenos de expressar sentimentos oralmente", diz Maria Paula.

7. O uso deve ser combinado com a família?
Sempre. Se os pais insistirem para que o filho não use a chupeta na creche, explique que se trata de um apego passageiro, porém muito valioso para ele. "Deixe claro que o objeto não prejudica o aprendizado dele em nada. Mas, se ainda assim eles não concordarem com a liberação, diga que é importante permitirem que a criança tenha outro objeto de apego caso ela demonstre essa necessidade.


http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/reflexoes-chupeta-creche-educacao-infantil-555247.shtml